Grandes a falar Espanhol
Como já todos percebemos e compreendemos, o futebol está cada vez mais globalizado, apresentando plantéis com grande diversidade de nacionalidades. Estes factos resultam desde aspectos técnicos e qualitativos em relação aos jogadores, como também a factos relacionados com as receitas desportivas.
A qualidade dos jogadores em certas zonas do globo e o poder económico de clubes de determinados países, representam, por si só, factores propulsores para a migração no futebol e continuadamente uma globalização do desporto rei...
Falando agora em exclusivo do nosso futebol, desde há alguns anos a esta parte, tem acolhido inúmeros jogadores estrangeiros.
Começando pelas equipas dos escalões mais pequenos, que apostam bastante em jogadores vindos do Brasil. Acção que não se pode criticar muito, pois conseguem ser melhores que os nativos e brilham nesses escalões.
Muitos dos jogadores brasileiros que dão nas vistas no nosso principal campeonato começaram por jogar e ganhar destaque em clubes como o Oliveira do Bairro, por exemplo. Falo neste clube, porque foi aqui que Edson (jogador do Paços) conseguiu destacar-se entre muitos portugueses e assim ser um dos poucos jogadores a sair para palcos maiores do nosso futebol.
Passando já aos principais escalões, continua a haver forte presença de brasileiros, mas também de jogadores de outras nacionalidades, desde europeus de leste a africanos...
Mas isto não são novidades... sabemos bem que o nosso futebol tem grande presença estrangeira.
Porém, começo a olhar para os grandes, nomeadamente para o Porto e para o Benfica e vejo uma vasta legião de sul-americanos. Argentinos, e não brasileiros como tem sido até agora...
Também nos clubes pequenos, cada vez mais vemos jogadores sul-americanos, não brasileiros, e com papéis importantes nas equipas, como por exemplo, Luís Aguiar no Braga.
Mas falando nos grandes, no Porto foram recentemente contratados mais dois sul-americanos, cumulando 12 jogadores no plantel oriundos de países que língua oficial espanhola. Os argentinos são a maior presença. Já no Benfica, ainda persiste uma grande quantidade de brasileiros, mas também já conta com 4 argentinos, 2 uruguaios e um paraguaio no plantel.
No Sporting continuamos a verificar a tendência para apostar nos jovens da formação, mas neste defeso também os leões fugiram à regra e, tal como o Porto e o Benfica, investiram forte na contratação de um sul-americano que fala espanhol...
Desta forma, vejo cada vez mais os grandes a "falar" espanhol, ao trazerem para cá jogadores argentinos, uruguaios, chilenos...
Mas havemos de criticar? Penso que não, pois também esses estrangeiros começam a não ser só figuras dentro de campo, mas também a dar que falar nas finanças dos clubes. Recentemente, temos dois casos no Fc Porto, Lisandro e Lucho, que vieram para o clube português com o mesmo "rótulo" de Falcão ou Belluschi, e agora saem para outros grandes da Europa por montantes elevados que representam um grande valor extra para o clube, para além do dado por eles dentro de campo.
Visto isto, não há que criticar os nossos clubes por terem estrangeiros como jogadores chave na equipa, já que, para além de serem baratos e bons, podem no futuro valer o seu preço em triplicado relativamente ao que foi investido neles.
Para terminar, parece-me que o nosso futebol começa a ser mais diversificado no que toca a jogadores sul-americanos... já não temos só brasileiros, e cada vez mais as apostas dos nossos clubes passam por assegurar jogadores que possam chegar, brilhar e terem no futuro um valor bem mais alto do investido. Por isso, não teço críticas ao Benfica e ao Porto por terem um plantel a "ablar" espanhol...
São grandes a falar espanhol, que têm apostado grandemente na qualidade dos jogadores sul-americanos que possuem no plantel...
Rui Macedo
Olá Rui!
ResponderEliminarAntes de mais deixa-me felicitar pela qualidade do teu post!
No entanto não quer dizer que eu concorde plenamente contigo...
Por exemplo: Nem todas as contratações sul-americanas são grandes contratações. Vejam-se os casos de Benitez, Prediger, Andrés Diaz, Shaffer, Romagnoli, etc... que vieram receber salários muito superiores alguns jogadores portugueses que não eram piores. Parece que não gostamos dos nossos jogadores. O que tem o Castro a menos que o Prediger (que custou 4,5 milhões de euros)? O que tem o Guarin a mais que o Paulo Machado (que custou menos ao Toulouse que o o Guarin ao Porto)? O que tem o Romagnoli a mais que o Carlos Martins (que saiu a custo zero do Sporting)... E podia continuar porque casos desses não faltam.
O que motiva este tipo de negócios? Provavelmente não são só erros por parte dos clube. Muitas vezes envolvem negociatas com empresários e comissões chorudas para amigos do negócio da bola.
Quem paga a factura de todos estes erros? Os clubes e a selecção nacional! Um jogador nacional qualquer dia terá de emigrar para conseguir vingar no futebol! É que até já nas camadas jovens se começa a ver o fenómeno da contratação em massa de estrangeiros e, nos clubes grandes, chega-se ao absurdo de ver que 2 ou 3 jogadores das equipas jovens são portugueses... E que futuro terão esses estrangeiros? O tempo o dirá mas posso afirmar categoricamente que, seguindo este rumo, a selecção portuguesa daqui a uns anos será medíocre!!!
Conclusão: Não sou contra a contratação de sul americanos para o nosso futebol e até prefiro argentinos a brasileiros (a mesma técnica, mais raça e mais inteligência). No entanto há que ter em atenção aos NOSSOS jogadores, à diferença de custos que por vezes há entre apostar em alguém da casa ou ir buscar um brasileiro para o banco e, claro, começar a trabalhar em conjunto com a Federação Portuguesa de Futebol no sentido de, num futuro próximo, continuarmos a ter selecções de grande nível, capaz de lutar por títulos. Vivemos num país pequeno e os talentos não abundam-Há que aproveitar os que temos...
Exactamente Sigurd!
ResponderEliminarDe facto, era muito bom que a federação e os principais clubes portugueses chegassem a uma posição favorável ao desenvolvimento de novos craques portugueses...
Espero que nos próximos anos jovens como o Ukra ou o Castro do Olhanense tenham oportunidade de ingressar num grande, pois já mostraram ter valor para isso e quem sabe para representar Portugal na selecção A.
Porém, há que referir que no Benfica, por exemplo, desde o inicio da temporada até agora, alguns portugueses têm ganho espaço e destaque no plantel. É o caso do Carlos Martins, do Ruben Amorim e do Fábio Coentrão que neste momento são possiveis soluções para a selecção, coisa que não o eram no inicio da temporada.
Boa Análise, Sigurd...
pois, devia ser imposta pela federação um minimo de x jogadores titulares da nacionalidade do clube, pa evitar esta mixordia a que assistimos no mundo actual no futebol, mas infelizmente o futebol tornou-se um negócio e nao um simples deporto de competiçao... e já que nao se pode fazer nada, ao menos que os estrangeiros que chegam a Portugal venham para ajudar a aumentar a qualidade das equipas portuguesas
ResponderEliminarPara a próxima época estão garantidos pelo menos mais dois argentinos no Benfica!
ResponderEliminarA tendência mantém-se...